Texto de Christian Ribeiro, enviado ao Portal Geledés
“Cartas para um homem negro que amei” (Editora Malê, 2021) de Fabiane Albuquerque é um livro que em poucas linhas já lhe faz inserir a narrativa apresentada.
A escrita da autora é poderosa, intensa, viva em amores e dores, nos tornando personagens presentes a história que se desenvolve ante aos nossos olhos. Quando você menos percebe, já está interagindo com as memórias que a autora torna pública.
É um livro de alma, que se comunica diretamente com o público leitor, ao remexer, rememorar, as próprias lembranças de quem percorre as suas páginas. Não há como ser neutro ao ter acesso a essa obra, pois ao relatar sobre o seu particular – de toda uma historicidade familiar/afro-brasileira – Albuquerque deu luz a uma obra universal em seu alcance, em suas verdades, em suas histórias…
Exemplo do melhor da tradição de memorabilia da literatura brasileira, que mistura biografia, sociologia, história, etnografia, antropologia, conto-romance, geografia, religiosidade, política, filosofia, para constituir uma discursiva que através do amalgama de diferentes prismas, nos apresentam um retrato ao mesmo tempo tanto pessoal, quanto da sociedade brasileira em geral.
Em que reafirma publicamente a sua ancestralidade, pertença e identidade afrodiaspórica.
É obra em primeira pessoa, que se opõe ao sistemático apagamento e silenciamento das histórias e narrativas de mulheres em nossa sociedade. Nos revelando uma outra perspectiva, em que um outro olhar e considerações sobre a vida em seus cotidianos nos possibilita melhor compreender, por um viés mais amplo e menos unidimensional, uma discursiva sobre os meandros e características doas relações de poder e dominação, de recorte racista e patriarcal, que caracterizam essas formas de relações sociais enquanto hegemônicas no Brasil. Dessa forma denunciando e colocando em xeque, o racismo e patriarcado enquanto fenômenos históricos e sociais estruturantes de nossa sociedade e, portanto, balizadores de nossas relações sociais e culturais cotidianas (informais ou não) de dominação-opressão. (Christian Ribeiro)
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